Acautela-se quanto a propagação de uma visão idílica sobre as tecnologias
digitais, uma vez que se compreende que o elevado nível da tecnologia pode
acarretar dimensões diametralmente opostas: do empobrecimento da diversidade à
exaltação de formas únicas de se viver, da diminuição da privacidade ao
surgimento de novas formas de democracia, da redução do conhecimento ao digital
à importância de todo o conhecimento. Assim, aos professores do
século XXI cabem as ações para o uso colaborativo das tecnologias, numa
perspectiva de democratização de todas as formas de aprendizado.
Dessa maneira, o uso das TICs na Educação Básica deve ser percebido como
um recurso pedagógico adicional à disposição dos professores, para a utilização
na escola, no formato presencial, com o objetivo de mediar a aprendizagem, dar
suporte ao aprendizado e acelerar a velocidade de troca de saberes. Destaca-se o seu papel como um recurso complementar, pois,
sozinhas, as tecnologias não educam ninguém, ao contrário. Um
ensino concentrado apenas nas tecnologias teria um efeito adverso gravíssimo,
irrompendo a aproximação entre professores e alunos e dos próprios alunos entre
si, numa proposta metodológica que se sobrepõe ao trabalho docente e o
desqualifica, uma vez que subverte a concepção de protagonismo do aluno
outorgando-lhe a responsabilidade de autoinstrução.
Dessa forma, torna-se importante que as inovações pedagógicas venham
acompanhadas da humanização das relações de ensino, para além do uso técnico de
um ou outro software. O professor precisa ser o planejador e o mediador
da atividade pedagógica digital. Assim, precisamos compreender que o papel do
educador é promover a formação humana,
de forma a integrar o saber e o fazer, a teoria e a prática, a ciência e a
tecnologia. A atuação do educador
deve envolver práticas que favoreçam o convívio democrático, analisando
criticamente o contexto social e as várias histórias e experiências,
valorizando a natureza e preparando para as mudanças sociais, que cada vez
ocorrem mais rapidamente em nossa sociedade.
Busca-se, sob essa ótica, a compreensão de alternativas
pedagógico-didáticas que satisfaçam as necessidades que o contexto social nos
impõe, capazes de aproximar os estudantes dos seus objetos de estudo e
observando o princípio de que toda ação pedagógica deve se utilizar dos
melhores recursos disponíveis, levando em conta as características individuais
dos alunos e as formas como aprendem e constroem sentidos em suas ações,
potencializando assim o desenvolvimento das capacidades humanas para a formação
de sujeitos pensantes, críticos, criativos e plurais.
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